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sábado, 30 de janeiro de 2010

O ser e eu, um ser fora de mim.

Estive pensando nisso.
Um ser.
Sou um ser.
Sei que sou um.
Um algo. Um corpo. Um algo dentro de um corpo.
Um ser... algo dentro de um corpo que lhe dá unicidade, que o faz único.
Uma caneta é um ser, e uma pedra outro.
A pedra, se for grande, se dividida, se transforma em mais de um ser.
A caneta, se dividida, não.
O macaco, se dividido, passa a ser duas metades de corpo. Deixa de ser um ser o ser então.
O macaco, se compartilhado com a macaca, produz um outro ser macaco igual ao ser macaco original. O ser se multiplica, posso deduzir.

Há seres que se movem por vontade própria e seres que são movidos independente de vontade própria. Entretanto o planeta, como um ser muito grande, move todos os seres nele habitantes sem que esses saibam que são movidos.

O sol é um ser e não se sabe se se move ou se se é movido, embora ele se mova e cause o movimento dos seres que se movem em torno de si, mas é movido dentro de uma galáxia que se move, movida, pelo ser conjunto espacial. Infinito, que seja, e desconhecido, mas certamente causa do movimento das galáxias dentro de si. Como o sangue no meu corpo por mim é movido, ainda que eu não tenha que lhe dar ordens a todo instante.

Então há mais que saber sobre o ser. O ser movido é distinto do ser que move mas não há um ser se não existe fora dele um invólucro isolando-o do 'ser tudo' à sua individual externidade.
Um ser sou eu, outro ser meu pai e ser outro meu irmão, dois deles mais velhos que eu. Um ser é a formiga, um ser não é bem uma flor, já que despida do caule que a contém, não nos parece, embora seja, um ser inteiro. Um ser inteiro eu sou, enquanto vivo.

Saberei?

Nasci para aprender, é o que penso. E ainda não aprendi o que há para aprender sobre a eternidade de uma vida que só tenha começo e meio, muito menos sobre uma perenidade só de meio, mas sei que posso vir a compreender que o presente só é presente, e sempre presente, no momento, no hoje, no aqui, no agora, no instante e presente. O presente é um esticar de passado eternamente tocando um futuro intangível e inocorrível.

Há seres que se movem por vontade própria, como eu, e seres há que são movidos, como uma caneta, ou uma pedra. Mas montanhas se movem e delas saem as pedras, logo o ser pedra, assim como o ser flor, mexe também. É da flor a vontade de envelhecer, de secar, de cair? É da árvore a intenção, já que foi feita para servir, serviu, e agora é descartada para nutrir, e nutre, a raiz? Somos pré-programados para nos alimentarmos antes de servirmos de alimento? O alimento, move-se até nossa boca ou é movido por nosso desejo? Sou uma célula, um ser, esse corpo, feito de células, e seres, desse corpo, para trocarem de lugar umas com as outras até que a única que lhes dá ordens aprenda que para deixar de morrer precisa compreender mais que apenas o seu ser. Precisa compreender a causa dos movimentos, controlar e parar no corpo o envelhecimento.
O movimento da luz, antes de ocorrer, precisou da existência da luz para vir a acontecer. A luz, para ser acesa, precisa antes ser imaginada, imagino eu, e ... na ausência de algo, não seria difícil a um ser vivo porém etéreo e completo, além de perfeito e único, pensar apenas, ao invés de dizer: "Faça-se luz!" para que a luz se fizesse. É hipotético demais imaginarmos por premissa que um ser pensante não precise de matéria para fazê-lo? Seria o mesmo que considerarmos que a água, por ser transparente, não existe, mas sempre poderemos argumentar que o átomo, por mais sólido que pareça, é apenas luz condensada. E luz ... não é matéria, da mesma maneira, e provavelmente nas mesmas proporções, que gelo, por mais fino que seja, não é água e é tão ou mais transparente que a própria água.

Porque a Ciência tem tanto medo de demonstrar, ou aceitar, a existência de inteligência no princípio dos princípios?

Porque não tem capacidade de demonstrar que o Universo é estático?

Porque realmente crê que o acaso, ao ter descoberto que a vida tinha uma fórmula, resolveu escrevê-la em todas as células existentes uma a uma?

Porque crê que o caos é desorganizado?

Ou porque não o compreende caótico? Nada há mais organizado que o caos. Nada, no Universo, se repete, e isso, ao contrário de indicar desorganização, demonstra ordem, e em pleno irrepreensível cumprimento: nada - no Universo! - se repete.

Deus é um ser.
Imaginário, dizem.
Antigo, dizem também.
Primeiro... eu diria.
Único? Não... único também sou e único é o macaco que caiu do galho.
Deus é o ser primeiro.
Então concordo em que tenha dito: "Luz! Faça-se." E admito que a luz obedeceu.
Aí compreendo que a vida começou, nesse Universo material.
Deus era um homem? Não.... um homem nem mesmo eu sou.
Deus era, foi, um ser.
E como mesmo dito na Bíblia (onde tudo está à espera de compreensão), depois de finda a Sua obra, descansa eternamente pairando sobre as águas.
E nós, aqui na superfície, o que estamos fazendo para diminuir-lhe a ira?
Praticando amor? Distribuindo riquezas?
Cuidando do ar?
O que paira sobre as águas, caso não saibam, é ar.
Não me importa que nome lhe deem, ar sujo pesa.... e não se sustenta em ar quente, ao contrário, cai mais rápido.
Ainda não aprendemos a respirar fora do planeta e não penso que aprenderemos a respirar de novo dentro d'água, embora tenha consciência de que por nove meses de minha vida era só o que eu fazia. Mas... penso que no útero eu não era bem um ser humano.
Seres humanos respiram. Eu não respirava.
Aprendi depois.
É o mesmo que o macaco, no dia que aprender a falar, começar a reclamar de direitos macaquícios nas Universidades. Se o macaco aprender a falar e argumentar, acaso ser-lhe-á negado o título de humano só porque é mais peludo? Ou porque tem rabo?
Tem gente que não tem cabelo, e não deixa de ser humano por isso.
Tem gente, metade mais ou menos do planeta, que não tem pênis assim como metade há sem vagina e é também enorme a proporção entre os com seios e os sem seios.
Há gente sem pelo no corpo. Gente sem dedo. Porque não poderia haver gente com rabo?
Não disse Darwin que esses senhores eram nossos longevos tataravós?
Então.... eu imagino que se o macaco até hoje não aprendeu a falar, deviamos respeitar a sua natureza e não ensiná-lo. Porque se ensinarmos, ele aprende, ainda mais com toda essa tecnologia a nosso dispor, como leitores de mentes. Até robô, que é aço e mineral em sua maioria, aprende... porque a formiga não aprenderia? Basta colocarmos à sua frente microfones adequados, tradutores eficientes e cá estaremos nós conversando com todos os seres.
Agora... quando é que poderemos esperar dos seres não humanos que coloquem em nossas bocas tais equipamentos?
Ora... se só o humano é capaz de tais proezas.... o humano não é animal. Nem vegetal, nem pedra.
O humano, diga-se dele as maldades que fizer, é divino e as faz porque simplesmente nega a sua própria divindade.
Sócrates errou.
Mas foi humilde, e reconheceu que nada sabia. Por isso, por sua humildade, ensinou.
Sabe-se, imagino, que quem nada sabe não ensina.

2 comentários:

  1. Obrigado pela visita, os macacos não sabem ler, mais gostariam do texto ;D
    Só queria saber se "Que blog maluco" é um elogio ou uma critica! rsrs
    Ótimos textos.

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  2. Para quem é/está "ketinumkantim",vc tem bastante a dizer...interessantes,é bem verdade.Gostei.
    Um abraço Alice

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