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sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Repetições

Na natureza nem os algarismos, nem os números, nem nada nem mesmo o nada mesmo, se repetem e ao saber, tudo o que existe é ser, nenhum ser é outro e tampouco dois de cada um existem, muito embora os fantasmas, as imagens que trazemos na imaginação, devam seguramente ser bastante próximas em idéias umas às outras de maneira que o conjunto da informação se repita unicamente no que se percebe de etéreo, algo muito mais amplo e espaçoso que o volátil, já que gás, quando se expande muito, só o que o retém é mesmo o invólucro do espaço que ocupa e ainda não se encontrou, ou definiu, se o infinito, lá no fim, tem limite ou ao invés de se expandir apenas balança e no balançar, como qualquer balão de água, encolhe e estufa, em movimento e esse sim, o tal do impossível de não se repetir, se repete o tempo todo, pois que é apenas em movimento todo átomo se mantém em equilíbrio.

Dizem que somos iguais, não somos iguais, somos semelhantes e obedecemos, no mais íntimo de nós mesmos, a ordens ditadas por um DNA, pessoal e intransferível, porém inequívoco e de propriedade unicamente individual, apesar de tão universalmente repetido.

Somos brotos - flores - e murchamos depois de florirmos e desabrochados, já que se duas laranjas podem ser chamadas de iguais, e ninguém sabe disso e também assim somos distintos cada um dos sete e muitos bilhões de humanos por essa fruta gigante conhecida por planeta esparramados sem sabermos que se nem o DNA se repete, porque é que tem gente que se julga Deus, a ponto de determinar que tal partícula é a partícula original, a Verdade soberana, e sem saber porque tem também uma proporção e se a promulga divina, a tal que oscila entre 0,1618 e uma única infinita fração a comandar todas as leis de proporção aos seres vivos chamada Phi.

Minha memória me falha e não sei de onde ouvi a frase dizendo que "em tendo havido no passado tal catástrofe, certo mesmo é que ela se repetirá" e vem daí a minha certeza - uma fé, admito, porém segura e firmemente embasada em números por mim mesmo por milhares de vezes conferidos e verificados - de que 2.012 é um ano a ser daqui a milênios mais dos mais lembrados e tanto até que se os podem recomeçar e de novo nessa data voltarão a re-ocorrer.

Quem quiser que acredite, quem não se habilitar que espere, e se certificará por si próprio, pois que a consciência, quando brota, não deixa no solo suas raízes, ela emerge, e tão subitamente que cobre de mares as terras todas, e ainda assim, quem não olhar prá trás, sobreviverá.

Sim, é apocalíptico, entretanto a morte se repete, no sentido amplo, enquanto a vida apenas acontece, e aparece, mas também some, e individual.

A individualidade se repete, o ser não e eis aqui uma nova questão:

em nada - NADA ABSOLUTAMENTE NADA - se repetindo, porque escrevo senão para poder ler repetidas vezes o que nem mesmo sei se um dia será por outros lido?

Ora... porque escritas minhas palavras, posso trazê-las de volta ao pensamento e economizar espaço de memória, na louca tentativa de me salvar dessa doença. Se vou perder minhas memórias, de que me terá valido a vida?

Por outro lado, se me esvaem as memórias ainda durante a vida, porque me considero assim um ser tão relevante a ponto de considerar que sem mim o Universo inteiro a nada me serve?

Simples, o todo é relevante, e não a parte. Eu sou parte e assim como de uma árvore cada folha, meu papel é apenas o de alimentar a árvore e nela, enquanto vivo, tratar de enxergar nos seres humanos outros minha própria pequenez, essa sim repeteco atrás de repeteco, repetida à exaustão sem que consigamos, nós seres humanos, nos enxergar como verdadeiramente somos: cegos à nossa própria compreensão, como já o dizia o único humano por aqui passado de todos os demais distinto pelas obras que deixou: Jesus.

Nosso destino não é, como mostramos pensar, o de nos tornarmos iguais, mas sim o de promovermos a diferença em ao invés de conquistas pessoais lutarmos pela harmonia do conjunto, e esse sim, se harmonioso, o verdadeiro e único Paraíso conhecido.